sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Curitiba é a capital com maior número de jovens envolvidos com cigarro e álcool

Os dados constam da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), feita com cerca de 618 mil estudantes brasileiros, divulgada nesta sexta-feira (18) pelo IBGE

 Curitiba é a capital brasileira com o maior número de jovens que já experimentaram cigarro, bebidas alcoólicas e algum tipo de droga ilícita. Os números da capital paranaense superam as médias do país e colocam a cidade no topo de vários índices que avaliam os hábitos, costumes e riscos vivos pelos jovens brasileiros. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). O levantamento ouviu cerca de 618 mil estudantes de escolas particulares e públicas, que frequentam o 9º ano do ensino fundamental e possuem entre 13 e 15 anos, nas capitais e no Distrito Federal.

Curitiba é a capital com maior índice de jovens que já experimentaram cigarro pelo menos uma vez na vida. Na capital paranaense, 35% dos entrevistados admitiram já ter entrado em contato com o cigarro. Índice bem acima da média nacional que é de 24,2%. Curitiba também lidera o número que aponta quantos adolescentes consumiram cigarro alguma vez nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa. Neste quesito, 9,9% confirmaram o consumo de cigarro no período.

A psicóloga especialista em psicologia educacional e coordenadora da Comissão de Educação e Comunicação do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, Maria Elizabeth Haro (CRP: 08/0211), não se disse surpresa com os números. Para ela, a população de Curitiba ainda não se ajustou com as mudanças e o crescimento da cidade. “Muita gente está abrindo mão de ter uma vida equilibrada”, declarou.

Quando o assunto é bebida alcoólica, 71,4% dos estudantes ouvidos no país responderam que já experimentaram algum tipo de bebida com álcool. Entre as capitais, o índice também é liderado pelos jovens que vivem em Curitiba. O número na capital paranaense é quase 10% superior à média nacional atingindo a marca de 80,7%. Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 36,4% dos adolescentes de Curitiba consumiram bebida alcoólica pelo menos uma vez e 30% ainda disseram que já se embriagaram.

Em relação às drogas ilícitas, no Brasil, 8,7% dos estudantes ouvidos admitiram o uso de pelo menos uma substância como maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy. O número identificado em Curitiba mais uma vez supera a média brasileira. Na capital paranaense, 13,2% dos jovens entrevistados confirmaram o uso de alguma droga ilícita. Para a psicóloga Maria Elizabeth Haro, as drogas estão circulando em muitos lugares e o acesso é fácil. “Os jovens têm mais dinheiro e menos valores e com isso apresentam mais comportamentos de risco”, disse.

Os dados sobre a violência também colocaram Curitiba no topo da lista. Nos 30 dias antes da pesquisa, 18,1% dos entrevistados informaram que participaram de brigas com agressão física. A psicóloga Maria Elizabeth Haro acredita que os adolescentes estão reagindo de forma agressiva contra pequenas coisas. Para ela, as pessoas precisam entender que nem sempre elas são vítimas dos fatos que ocorrem e nem precisam demonstrar que têm poder sobre a situação.

Em contrapartida, Curitiba lidera o ranking das capitais onde há o menor número de estudantes inativos ou insuficientemente ativos em termos de atividade física. Pouco menos da metade (49%) encontram-se nesta condição. Outro índice no qual a capital paranaense é destaque diz respeito à quantidade de jovens que moram com o pai e a mãe. Os números apontaram que a cidade lidera este item com 62,8% dos jovens vivendo com os pais.

Mesmo assim, a psicóloga acredita que os pais estão cada vez menos preparados para educar, lidar e colocar limites nos filhos. “Os pais têm dúvidas básicas sobre educação e têm medo dos filhos. Assim os jovens tomam conta e decidem muitas coisas na família que deveriam ser resolvidas pelos pais”, completou.

Fonte: Gazeta do Povo

Nenhum comentário: