segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

BNDS- A Grande "Teta"

O boletim de desempenho do BNDS mostra que o principal instrumento nacional para o financiamento da produção tem feito exatamente o oposto.
O relatório mostra que de janeiro a junho de 2009 a concentração de empréstimos às grandes empresas aumentou,chegando a 77,27% contra os 75,04% do primeiro semestre de 2008.
Por outro lado, o volume de empréstimos às médias,pequenas e microempresas caiu- 17,18% no primeiro semestre de 2009 contra 19,19% no primeiro semestre de 2008.
O volume de investimentos do banco, compreendendo cada um dos dois semestres, cresceu de R$ 37,800 bilhões para R$ 41,956 bilhões , mas cresceu também a concentração nas grandes empresas.
Considerando os desembolsos acima de R$100 milhões temos um quadro de quem foram os principais beneficiados entre as grandes empresas, já que nenhuma média, pequena ou microempresa tem acesso a esses valores.
Em outubro de 2008 e março de 2009, os monopólios estrangeiros obtiveram 34,32% desses recursos,os monopólios internos 50,03% as empresas nacionais não monopolistas 12,17% e as empresas estatais 3,4%.
Portanto , cerca de 80% foram destinados aos monopólios, com o agravante de que quase a metade foi concedida a corporações estrangeiras, cuja justificativa para entrarem no Brasil até então vinha sendo a de suprirem nossa suposta insuficiência de capitais para o desenvolvimento.Curiosamente, somos nós que estamos suprindo a deles.
Todo esforço do BNDS segue concentrado em favorecer o " clubinho" composto por Alcoa,OHL,Imbev,Shell-BG,GM,Fiat,Tim,Vale,Votorantin , etc. Empresas que derrubaram o nosso crescimento puxando o desemprego e procurando impor uma imoral redução de salários, enquanto recebiam recursos públicos.
O Governo Lula adotou duas medidas importantes para barrar a crise: o plano para a construção de 1 milhão de moradias(um projeto de grande alcance econômico e social) e a redução do superávit primário.
No mais , ficou no meio do caminho.A redução de juros foi http://xn--tmida-zsa. As isenções fiscais beneficiaram principalmente os monopólio , e a elevação do crédito público não foi acompanhada de uma política que garantisse a prioridade na chegada desses recursos aos setores verdadeiramente dinâmicos da economia.
É necessário corrigir essas insuficiências para que o revés de 2009 não se estenda a 2010.
FELIZ NATAL e um ótimo 2010 , se Deus quiser e o BNDS deixar!!!

Sérgio Venuti

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